sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A batalha da vida

A obscuridade na procura da felicidade é uma coisa que afecta algumas pessoas. Digo algumas pessoas porque não sou pretencioso no que concerne a este tema e muito menos em relação aquilo que as pessoas procuram nas suas vidas. Isto tudo partindo do princípio de que as pessoas procuram alguma coisa, a felicidade é possivelmente aquilo mais almejado na vida.
Não vou aqui tentar explicar a felicidade, mas relativizá-la ao individualismos e egoísmo puros. Sim, porque essa coisa de ser feliz tem muito pouco a ver com os outros e mais connosco como seres humanos, ou não? Eu não posso ser feliz apenas fazendo os outros sentirem-se felizes? Posso. Durante quanto tempo? Uns momentos? Umas horas? Partindo do principio que a felicidade deve ser um estado permanente, penso que não é possível sermos felizes apenas fazendo os outros felizes. Por isso é mais fácil desistirem dessa ideia e individualizarem-na. Serão mais felizes.
Se procuram a felicidade têm de entrar no mundo da incerteza, da procura constante e da infelicidade. Não se pode ser feliz sem se ser infeliz. Temos de saber chorar para poder rir com gosto. Temos de provar o amargo do perder para saborear o doce das vitórias. Saborear a felicidade, lamber momentos fugazes de extase despertam em nós os instintos mais puros, mais intensos. São momentos que sabem a vida e que fazem a nossa existência ter sentido. Entender isto, é por assim dizer, começar a gatinhar nos mundos obscuros dessa procura constante que é ser feliz em todos os momentos. É começar a querer usufruir desses momentos o máximo de tempo possível e é esse um dos segredos para melhor ganharmos a batalha da vida.
Eu vou gatinhando.......

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

É disto que o meu povo gosta

Cheguei a uma conclusão. Eventualmente sem sentido, ou disparatada, mas é uma conclusão. Nós somos todos um pouco medievais, ou primitivos, ou então gostamos daquilo que os nossos antepassados já gostavam, o que vai dar ao mesmo. É lá. Então não evoluímos? Calma. Evoluímos ou não? Socialmente, ao menos? Eu penso que não.
Vou aprofundar um bocadinho, digo eu, porque se perguntaram ao meu pai, ele nega veementemente qualquer aprofundamento, dizendo que eu sou uma pessoa superficial. "Tu não vais ou fundo das questões. Gostas de mandar umas bocas!"
Realmente ao mando umas bocas, mas alto lá! Eu fundamento as minhas bocas! Pode ser uma fundamentação completamente errada. Concordo. Mas que fundamento, lá isso fundamento. Sempre que chega o Verão, é ver as romarias de pessoas (e cães) para as chamadas festas medievais. A malta quer beber pelas canecas de barro até escorrer cerveja, ou vinho, pela T-shirt das "Festas de Nossa Senhora da Aparição". Comer com as mãos é uma necessidade para qualquer uma destas criaturas, pois temos de fazer como antigamente. Como os Romanos. Sim, porque duas coisas são certas hoje em dia. Todos nós portugueses temos alguma coisa a ver com o Alentejo e a outra é que fomos colonizados pelos Romanos durante uns 600 anos. Caso contrário para quê comer com as mãos. Sujar as unhas e depois ter de as sugar. Aquele sabor delicioso a frango a escorrer pelas mãos abaixo. Aí a gripe A já não mete medo; estamos a comer franguinho com as maõs. Querem mais exemplos de não evolução. As pessoas nesssas festas andam vestidas com vestes antigas. Bonitas por sinal. Não digo o contrário, mas são ridículas. São ou não são?
Mas vou confessar uma coisa. Adoro ser primitivo, ser medieval e ter frango a escorrer pelas mãos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Fomentando novos hábitos

A gripe A, nome realmente interessante, pois na minha modesta opinião esta estirpe do vírus da gripe devia chamar-se Gripe O, está, já há algum tempo a dominar as conversas banais dos comuns portugueses.
Habitualmente, as pessoas que não tem nada para dizer usam expressões como " O dia hoje está bom, solinho." e agora, devido a este fenómeno usam "Já viu bem esta gripe. Muito chato. Já agora! Já tem máscara? Olhe tenho uma lá em casa girissíma, verde e branca."
Penso que, um suposto problema real de saúde pública, deve levar as pessoas a dialogar sobre ele. Até aí tudo bem. Mas a discussão acaba, como sempre, a descambar para factos de menor importância, como a máscara, e as suas características.
Excusado será dizer que os "Senhores das Máscaras", como já são conhecidos os atenciosos funcionários dos locais de vendas desses indispensáveis utensílios para a integridade física dos portugueses, estão radiantes. Não, obviamente com o excesso de trabalho e de vezes que dizem "Já pedimos mais, porque só ontem vendi 100.000 para a comunidade cígana do Alentejo". Quando ouvi isto pensei "Bem, um acto altruísta destes, entre uma comunidade destas, merecia aplausos veementes de toda uma sociedade", mas depois de 10 segundos voltei-me para mim mesmo e decidi pesquisar. Será que o Alentejo tem tantos? Fui informar-me, como cidadão que acha que deve andar informado e que adora números. O Alentejo tem 10.000, ou seja, aproximadamente 2,5% da população residente. Alto lá. Afinal, estes senhores compraram as máscaras mas para fazer negócio. Fiquei triste! Muito triste! Não por agora as máscaras custarem mais caras e virem com cheiro a fumo e courato, mas porque demorei mais de 10 segundos para me convencer de que tão heróico acto pudesse vir dessa banda.
Mas os homens estão certos e penso até que José Sócrates devia usar o QREN para apoiar uma iniciativa como esta de criação de riqueza para uma comunidade local e de investimento em novos negócios. Meus amigos e inimigos também, porque eu não discrimino ninguém, há que louvar pessoas com visão empresarial.
Aliás, esta gripe está a ser uma grande Oportunidade para a fomentação de novos hábitos.
Agora, cada um escolhe os seus, e os meus seguramente não serão andar com uma máscara ridícula a apregoar a desgraça iminente.