sábado, 31 de outubro de 2009

Pensar alto

Penso que o nosso problema como povo é uma questão de mentalidade. Interessa-nos claramente dar uma imagem para o exterior daquilo que não existe no interior. Como se estivéssemos em constante estado de negação da nossa identidade e dos nossos costumes e nada interessados em mudá-los realmente, para que possamos ser iguais lá fora ao que somos cá dentro.
Uma hipócrisia que nos pode causar ainda mais danos, pois o país não desenvolve e as pessoas só se queixam e não mudam as atitudes, a forma de pensar. Nós somos dos povos que mais trabalha, mais cultiva a honestidade, mas tudo isso lá fora. No nosso país somos mesquinhos, invejosos, estamos completamente arredados da compreensão do mundo global e por isso somos irresponsáveis em relação ao nosso futuro.
Apenas se todos se juntarem para mudar o país ele muda realmente. Para quê conquistar outros domínios se não dominamos o nosso. Se não nos conseguimos erguer e caminhar sozinhos, para que queremos caminhar onde outros já caminham.
Penso que devemos aprender realmente a caminhar como povo, como país, como democracia, como cidadãos conscientes do mundo que dizemos que somos. Não podemos mais continuar a cometer os erros do passado. Erros que vêem desde o tempo do deboche das conquistas além fronteiras. Temos de produzir riqueza cá dentro, para depois poder exportá-la. Os nossos governantes precisam de assumir isso. Sem riqueza não existem melhores condições de vida. Temos de agilizar quem quer investir, quem assume riscos e não pura e simplesmente complicar a vida a quem de alguma forma quer investir no país.
Outra coisa que não fazemos é fiscalizar para onde vão realmente os dinheiros públicos, especialmente os milhões que estão a ser gastos em "formação profissional". Vamos realmente converter a sabedoria das pessoas para matérias que interessam para o futuro e não em qualquer área. A única forma do desemprego diminuir é o governo canalizar dinheiro para investir em projectos de futuro e colocar as pessoas a trabalhar neles. O estado consegue. Temos de acabar também com o estigma de que tudo o que é do estado é ruím. E isso parte do próprio estado e das políticas que são seguidas. O mercado está aí, duro, competitivo, um mundo cão, mas o estado pode ajudar, incentivando quem tem ideias e ajudando realmente (e fiscalizando depois) quem tem ideias e não tem dinheiro para as por em prática. E aqui, refiro-me claramente aos jovens que tem vontade de mudar as coisas e não podem porque não dispõem de meios para o fazer, e existem tantos, mas tantos.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Coisas de pobre

Fico muito triste com muitas das coisas que se passam no nosso país. Não com todas porque o benfica ainda me consegue dar alegrias. Caso contrário nem sei que dizer. O futebol tem esse dom de aliviar certas tristezas, especialmente nos países pobres como portugal, em que poucas coisas são motivo de orgulho. Um pouco à imagem do Brazil. Às vezes até parece que foram eles que nos colonizaram. Sinceramente, não sei se nao teria sido melhor, especialmente em termos de riqueza genética. Voltando ao futebol, que necessidade têm Portugal de andar a gastar dinheiro em candidaturas à Organização do Mundial com a Espanha. Este estigma de pobre armado em rico tem de acabar. Vamos gastar mais uns milhões só no logótipo e no dossier. Realmente nunca vi um dossier tão caro, mas deve ser mais algum estigma de pobre armado em rico. Os ricos hoje e sempre pouparam nas alturas de crise, sem medo, sem problemas de consciência. Já os pobres esbanjam, pois pensam que é o que os ricos fazem. Lá nisso nós e os brasileiros somos irmãos. No faz de conta que somos uma coisa e depois.......
Não é que o logótipo esteja feio, mas canalizar esses milhões para investir no desenvolvimento do país, especialmente nas regiões interiores do mesmo era claramente uma coisa mais inteligente, ousada, sem dúvida, quebrando com o passado, inovadora. Penso que Portugal e os seus governantes são tudo menos inovadores e inteligentes. Nós temos neste país "deja-vús" constantes de políticas sem nexo, de despesismo, de má governação dos dinheiros públicos e de um sem número de idiotices constantes. E digo-vos mais. Eu amo o futebol como um dos desportos mais interessantes do mundo e até como fenómeno cultural que arrasta multidões, mas isso não me dá o direito de ser irresponsável perante o meu país e de hipotecar o seu futuro. 2018 está logo ali e temos ainda o novo aeroporto, o TGV, que já são obras megalómanas, que se não forem complementadas com outos investimentos que as potenciem, estão condenadas ao insucesso e mais uma vez pairará a desgraça na utilização dos dinheiros de todos nós.
Por tudo isto e mais algumas coisas que não vou dizer agora; não podemos contar tudo, sou contra a candidatura de Portugal ao Mundial de futebol. Deixem os espanhóis, que são ricos a tratar disso, pois como o mundo está ainda ganhamos e aí é que as despesas vão aumentar.
Não vêem o que sucedeu ao Brasil. Começou a brincar e a oferecer bahianas e gaúchas aos júris que achando que aquilo era a sério "ofereceram" ao Brasil (país em desenvolvimento) a organização do próximo mundial 2014, há semelhança do que tinha sucedido com os dos JO de 2016. Nem imagino o que o Lula deve ter prometido aos júris dos JO, mas não deve andar longe de: 20 musas brasileiras desfilando de gola alta na ilha de Fernando de Noronha ao luar para cada um. Eu nunca me deixaria comprar, a menos que fossem 40 musas só para mim e de biquini brasileiro, porque de golas altas tou eu farto.