sábado, 19 de setembro de 2009

Uni

O poema "A unimultiplicidade"de Tom Zé interpretado pela Ana Carolina, na minha modesta opinião, a melhor intérprete feminina da música brasileira de sempre, é simplemente maravilhoso. Entre outras coisas, diz que a unimultiplicidade é onde cada homem é sozinho a casa da humanidade. Não podia estar mais de acordo com o dito. Cada homem transporta o fardo da humanidade consigo e isso parecendo que não responsabiliza-nos a todos. A unimiltiplicidade é uma palavra que encerra um conceito que realmente faz sentido, mas que penso, é impraticável, pois o que reina é o egoísmo e a iresponsabilidade. No reino humano o conceito de prepetuação está esquecido. Parece contra natura, mas é a pura verdade. O homem é um ser "egoísta" e "falso consciente". Intelectualmente desonesto com todas as outras formas de vida e organizações sociais diferentes das suas. Num falso um por todos e todos por um. Num falso "preoucupamo-nos todos com a humanidade".
Não me preoucupo com a humanidade. Preoucupo-me isso sim com a universalidade, ou a sua inexistência, apesar deste mundo "global". A falta de consciência e de vontade da maioria das pessoas, especialmente das que governam, sobre o facto de pertencer-mos todos a algo bem maior. É necessário cultivar o "multi". Multitudo, sem medo de perder identidade, sem medo de evoluir. Foi evoluindo e mudando que chegámos onde estamos. Tou a parecer utópico. Impressionante. Eu acredito que esta é a única forma de sobrevivermos, em último caso, como espécie, pois em relação a tudo o resto, na minha opinião FALHÁMOS.

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